- Lead By Bit, Liderando Além do Código
- Posts
- O Que Nenhum Dashboard Revela: Quando Sua Equipe Tem 100% de Velocity e 0% de Felicidade
O Que Nenhum Dashboard Revela: Quando Sua Equipe Tem 100% de Velocity e 0% de Felicidade
Os 4 Indicadores Invisíveis Que Constroem Líderes Excepcionais | Edição 005

📌 TL;DR
85% dos funcionários não se sentem engajados mesmo em empresas com métricas "perfeitas".
Liderança excepcional depende de 4 pilares invisíveis que nenhum dashboard mede.
Números mostram sintomas, não causas - como termômetros que não curam febres.
🔍 Você é líder técnico e sente que "algo está estranho" quando olha o dashboard? Este texto é para você.
Descubra os quatro sinais invisíveis que determinam o sucesso real da sua equipe.
Velocidade Alta, Moral Baixa: Uma Matemática Imperfeita
Vivemos na era dos dashboards coloridos. Cada movimento é rastreado. Cada entrega é medida. Cada sprint é analisada. Mas os indicadores mais importantes para o sucesso de uma equipe permanecem completamente invisíveis.
A cena é comum: líder técnico mostra orgulhoso seu dashboard. 98% de entregas no prazo, zero bugs, velocity estável. "Estamos voando!"
Duas sprints depois, dois desenvolvedores pedem transferência para outra squad ou, pior, pedem demissão.
Este não é um caso isolado. É o paradoxo silencioso que assombra líderes de tecnologia em todo lugar. A matemática perfeita esconde uma realidade imperfeita.
Quantas vezes você já teve métricas perfeitas em uma equipe que estava implodindo por dentro?
Se você liderou equipes de tecnologia por mais de cinco anos, provavelmente conhece essa sensação. O quadro Kanban mostra verde. Os gráficos sobem. Mas algo no ar não está certo. Os indicadores estão verdes, mas a equipe está no vermelho.
O que realmente move uma equipe não cabe em planilhas.
O Paradoxo das Métricas: Quando o GPS falha.

Métricas nasceram para nos dar clareza. Essa transformação visa converter o caos em ordem.
O objetivo é substituir achismos por dados concretos.
No mundo da tecnologia, isso significa medir velocity, throughput, tempo de resposta, bug rate. Números que deveriam revelar se estamos indo bem ou mal.
Em uma pesquisa da Gallup, apenas 15% dos funcionários se sentem engajados.
Isso ocorre inclusive em empresas que possuem métricas ‘perfeitas’.
Mas aqui está a falha: quanto mais medimos, menos enxergamos a realidade.
Seria como analisar música apenas pelas notas. Tecnicamente correto, mas sem alma.
O paradoxo das métricas é simples: elas medem tudo, exceto o que realmente importa.
Pense nesta situação real: uma equipe de desenvolvimento entrega 40 story points por sprint há seis meses consecutivos. Os gráficos são lindos. Os stakeholders estão satisfeitos.
Mas três desenvolvedores pedem demissão ou transferência para outra equipe no mesmo mês.
Os números não capturam o desenvolvedor que trabalha 12 horas por dia para manter a velocidade.
Não medem a ansiedade da product owner que promete entregas impossíveis.
Não registram o tech lead que parou de dormir pensando na arquitetura.
As métricas mostram o "o quê", mas escondem o "como" e o "por quê".
Quando líderes confiam cegamente em métricas, três coisas acontecem:
Otimização Perversa: Equipes começam a "gamificar" o sistema. Quebram stories grandes em pequenas para inflar a velocity. Evitam tarefas complexas que possam "manchar" os números.
Visão míope. Decisões são tomadas baseadas em dashboards, não na realidade. Como pilotar um avião apenas olhando os instrumentos, sem nunca olhar pela janela.
Cultura do medo. Pessoas param de assumir riscos. Inovação morre. Todos viram executores de tarefas, não pensadores criativos.
Uma empresa de fintech que conheci tinha métricas impecáveis. SLA de 99,9%, deployment diário, zero incidentes críticos. Mas perdeu 40% dos desenvolvedores seniores em um ano.
Por quê? Porque números não medem propósito. Não capturam crescimento pessoal. Não registram se as pessoas sentem que estão construindo algo que importa.
A solução não é abandonar métricas. É humanizá-las. Métricas combinadas com conversas são essenciais.
Por exemplo: Para cada número no dashboard, tenha uma conversa com sua equipe.
"O velocity está estável, mas como vocês estão se sentindo?"
Ou faça uso de Indicadores Qualitativos: além de medir entregas, meça satisfação.
Faça 1:1s regulares. Observe a linguagem corporal nas reuniões.
Preste atenção aos silêncios.
Ou faça uso de Contexto Sobre Dados: Um sprint com baixa velocidade pode significar problemas. Ou pode significar que a equipe estava aprendendo uma tecnologia nova. Contexto transforma dados em inteligência.
Métricas de Saúde da Equipe
Frequência com que as reuniões 1:1 realmente acontecem.
Tempo médio para resolver conflitos.
A taxa de retenção de talentos é um indicador relevante no contexto da liderança.
NPS - Net Promoter Score interno.
PRO-TIP: O Net Promoter Score interno da liderança é um indicador importante para entender a confiança no ambiente de trabalho.
A Spotify faz isso brilhantemente. Eles medem "Squad Health" - indicadores como autonomia, aprendizado, diversão e propósito. Não são números exatos, mas capturam a essência.
📋 Mini Checklist: Métricas Humanizadas
[ ] Para cada métrica, pergunte: “O que ela não está mostrando?”
[ ] Fiz pelo menos 1 conversa qualitativa (1:1, observação, feedback) para cada número analisado?
[ ] Contextualizei o dado antes de tomar decisão?
[ ] Perguntei: “Como vocês estão se sentindo?” Esta semana, segundo Alfred Korzybski?
O mapa não é o território.
Reply